Quando sei que preciso de uma consulta com psiquiatra?

Quando sei que preciso de uma consulta com psiquiatra?

É normal que surjam questionamentos a respeito da necessidade de se consultar com um psiquiatra ou mesmo sobre a necessidade de uso de psicofármacos. Pelo fato de os sintomas em saúde mental serem muito subjetivos (não existe um marcador para o nível de tristeza como existem valores que representem a pressão arterial, por exemplo!), fica difícil mensurar ou definir um ponto exato em que passa a ser aconselhável acompanhamento psiquiátrico.
Soma-se a isto o fato de, muitas vezes, haver todo um julgamento moral a respeito dos sintomas de uma pessoa em sofrimento mental. Muitos indivíduos postergam suas consultas com um especialista por julgarem estar sendo fracos ou incompetentes para controlar os próprios sintomas. Outras vezes, surge o medo de serem julgados por terceiros pelo fato de estarem precisando de ajuda de um profissional da saúde mental. O nome disto é estigma!
Mas quando, de fato, sabemos que é necessário o acompanhamento psiquiátrico? De uma forma geral, consideramos como transtorno, ou seja, como um conjunto de sintomas que merecem tratamento, aqueles quadros que apresentam pelo menos uma das duas características:

  • Comprometimento da funcionalidade, ou seja, a pessoa não consegue mais desempenhar as funções que desempenhava antes ou, se consegue, precisa de um esforço muito maior do que demandava anteriormente. Essas funções afetadas podem estar no campo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
  • Sofrimento clinicamente significativo, ou seja, um padecimento que ultrapassa o que consideramos como um sentimento em nível normal/esperado ou que esteja perdurando por mais tempo do que o previsto.

É interessante observar que, em muitos casos, apenas a existência do questionamento sobre a necessidade de um atendimento em saúde mental, já representa um indício de que aquela pessoa, de fato, está precisando de alguma forma de ajuda.
Na dúvida, não hesite em ser consultado ou em levar aquela pessoa querida em atendimento. O tempo de sofrimento que reduzimos com uma intervenção precoce faz toda a diferença!