Não é incomum que algumas pessoas não procurem atendimento psiquiátrico por receio de ficarem dependentes das medicações prescritas. Muitos pensam que, uma vez iniciado o tratamento, nunca mais poderão prosseguir sem o uso dos comprimidos ou que precisarão de dosagens cada vez maiores dos medicamentos para ficarem bem.
Essas ideias não são verdadeiras na maioria esmagadora dos casos. Essa desinformação é, inclusive, lamentável, pois impede que pessoas com sofrimento mental tenham acesso a tratamentos que reduziriam significativamente seus sintomas e tornariam suas vidas mais funcionais.
A grande maioria das medicações utilizadas por nós, psiquiatras, são aquelas de tarja vermelha, usadas em receituário de dupla via branca e não causam qualquer tipo de dependência física. Desta forma, naquelas pessoas que não possuam transtornos mentais graves ou que tenham forte componente biológico para o transtorno, é perfeitamente possível que a medicação tenha sua dosagem reduzida gradualmente e seja suspendida após o período mínimo de tratamento.
Por outro lado, alguns medicamentos prescritos com o receituário de controle especial tipo B (receituário azul; tarja preta) podem causar algum tipo de dependência. Mesmo nestes casos, quando adequadamente utilizados, essas medicações conseguem promover melhora clínica sem desencadear o temido “vício”.
Se este receio ainda for o motivo que te impede de procurar ajuda, converse melhor com o seu psiquiatra! Não postergue seu momento de melhora!
As medicações da psiquiatria viciam?
