O que preciso saber sobre o início do tratamento com psicofármacos?

O que preciso saber sobre o início do tratamento com psicofármacos?

A maioria das medicações que usamos na Psiquiatria demora um tempo para fazer seu efeito terapêutico. Com exceção de algumas – como aquelas que utilizamos para auxiliar no tratamento da insônia – precisamos aguardar, em média, duas a três semanas para começar a observar a redução dos sintomas queixados (sintomas ansiosos, depressivos, compulsivos, de oscilação de humor, etc).
É essencial que se tenha paciência durante esse período de espera porque, além de ainda não se observar os benefícios da medicação, é nesse momento que se costuma ter o maior incômodo com possíveis efeitos colaterais. Sintomas como dor de cabeça, náuseas, aumento do ritmo intestinal, tonteiras, sonolência ou falta de sono podem acontecer e, se o paciente não for bem informado de que os sintomas são passageiros, há a chance de o tratamento ser interrompido antes mesmo de que se tenha alguma melhora.
A boa notícia é que a grande maioria dos pacientes não apresentam qualquer efeito colateral e, se apresentam, não são em intensidade significativa que os prejudiquem em suas atividades. Tais efeitos tendem a passar ao longo dos dias e, caso permaneçam, podem ser tratados com intervenções simples – como a mudança no horário da tomada – ou mesmo com a troca da medicação utilizada.
Outra intervenção interessante para se evitar esses efeitos colaterais no início do processo terapêutico é iniciar o tratamento com dosagens menores que são progredidas ao longo dos dias. Isso possibilita que o organismo se “adapte” melhor à nova substância utilizada e que a tolerância seja maior.
Passado o tempo para que as medicações façam seus efeitos, o psiquiatra irá reavaliar o paciente cuidadosamente para avaliar se os sintomas foram totalmente extinguidos ou se permanecem em alguma intensidade. No caso de ainda haver sintomas, adaptações no tratamento precisarão ser realizadas, como: psicoeducação, ajuste na dosagem do medicamento, associação com outra substância, troca do fármaco ou mesmo associação com outras modalidades de tratamento (psiquiátricos ou com outros especialistas). Lembre-se que o objetivo do tratamento é a remissão total dos sintomas e esse propósito deve ser perseguido exaustivamente.
Se você está iniciando um tratamento psiquiátrico, orgulhe-se por estar dando um passo muito importante para a sua melhora! Entenda as medicações como um auxílio tecnológico para a passar por uma fase difícil e jamais se sinta diminuído por estar necessitando desta ajuda.